As Vanguardas Artísticas do início do século XX repudiam a arte Impressionista, do período da Belle Epoque, pois a associam à hipocrisia da alta sociedade de não-compromisso social. Os primeiros grupos vanguardistas defendem uma fuga da realidade dominada pela ideologia burguesa, pois se vive em um período de prosperidade econômica que impede o surgimento de um movimento social contrário à ordem vigente.
Porém, é importante que consideremos que antes de serem decadentistas, os movimentos vanguardistas são revolucionários, pois desejam a mudança da sociedade no sentido de algo melhor. A partir da negação da estética Impressionista, os vanguardistas são contra a arte esteticista, preocupada apenas com a retratação do que era socialmente aceito como belo. Preocupam-se com a arte inteligente, muitas vezes considerada feia pela maioria das pessoas que a criticam.
Os movimentos de Vanguarda, em geral, foram influenciados pela Arte primitiva, sobretudo a Arte Africana. O que chamava a atenção dos vanguardistas era a expressividade intensa, clareza de estrutura e a simplicidade da técnica dessas obras.
– Dadaísmo
O Dadaísmo surge em meio à guerra, em 1916, do encontro de um grupo de refugiados com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época. Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das consequências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial: o sentimento de revolta, de agressividade, de indignação, de instabilidade.
O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas europeias anteriores: o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Os artistas desse período eram contra o capitalismo burguês e a guerra promovida com motivação capitalista. A intenção desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a arte tradicional.
“Dadaísmo” não tem significado nenhum, provavelmente tem o intuito de remeter à linguagem da criança que ainda não fala.
A Fonte, de Duchamp.
Ferro de Passar, de Man Ray.
– Futurismo
Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
O Futurismo se insinua no âmbito de todas as expressões artísticas e inspira muitos artífices a instituir suas próprias escolas modernistas. Ele cultua de tal forma a novidade, que até mesmo se vê tentado a demolir instituições museológicas e cidades ancestrais. Para os futuristas as conflagrações bélicas visavam sanar o Planeta. O movimento futurista serve de inspiração a obras e artistas de distintas tradições nacionais.
Dinamismo de um Cão na Coleira, de Giacomo Balla.
– Surrealismo
O surrealismo surgiu na França na década de 1920. Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.
O marco de início do surrealismo foi a publicação do Manifesto Surrealista, feito pelo poeta e psiquiatra francês André Breton, em 1924. Neste manifesto, foram declarados os princípios do movimento surrealista: ausência da lógica, adoção de uma realidade “maravilhosa” , exaltação da liberdade de criação, entre outros. Os artistas ligados ao surrealismo, além de rejeitarem os valores ditados pela burguesia, vão criar obras repletas de humor, sonhos, utopias e qualquer informação contrária à lógica.
A Persistência da Memória, de Salvador Dali.
– Cubismo
O cubismo é um tipo de arte considerada mental, ou seja, desliga-se completamente da interpretação ou semelhança com a natureza, a obra tem valor em si mesma, como maneira de expressão das ideias. A desvinculação com a natureza é obtida através da decomposição da figura em seus pequenos detalhes, em planos que serão estudados em si mesmos não na visão total do volume. Desta forma, um objeto pode ser observado de diferentes pontos de vista, rompendo com a perspectiva convencional e com a linha de contorno. As formas geométricas invadem as composições, as formas observadas na natureza são retratadas de forma simplificada, em cilindros, cubos ou esferas. O cubismo nunca atravessou o limite da abstração, as formas foram respeitadas sempre. As naturezas mortas urbanas e os retratos são temas recorrentes neste movimento artístico.
As Senhoritas de Avignon, de Pablo Picasso.
Guernica, também de Picasso.
– Expressionismo
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930. Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe.
O Grito, de Munch.
Quarto em Arles, de Van Gogh.
A Moda dos anos 20 é uma das mais influentes na atualidade, graças a obras cinematográficas como O Artista e, mais recentemente, O Grande Gatsby.
As roupas tinham cintura baixa, a silhueta era bem retangular. Podemos ver mais parte do corpo exposta, como nunca antes. O enriquecimento da fotografia também proporcionou às mulheres da época uma visão bem mais elaborada do que estava na moda, isso começou a fazer com que o consumo crescesse e as tendências começassem a ter uma circulação mais rápida.
Foi nesse período também que estilistas como a Coco Chanel atingiram destaque no mundo da moda.
No cinema, destaque para os filmes Coco Chanel & Igor Stravinsky:
O Grande Gatsby:
O Artista:
Meia Noite em Paris, que mostra muito bem a parte das vanguardas artísticas:
Atualmente, as referências à moda dos anos 20 são super fiéis. Vemos não só coleções inspiradas na época como também em tendências, como as franjas e os grafismos do art deco, que em oposição ao art nouveau, é composto de formas retas.
Acima, desfile da Gucci de Primavera Verão 2012.